O transplante hepático (fígado) é o procedimento cirúrgico em que ocorre a substituição do órgão comprometido (que já não exerce todas as funções de forma adequada), por um outro saudável, proveniente de um doador vivo ou falecido.
O transplante de fígado pode ser indicado quando o órgão encontra-se gravemente comprometido e deixa de funcionar, como em caso de pacientes com doença hepática crônica avançada, conhecida como cirrose hepática, quando há dano progressivo e irreversível do fígado. Também é indicado em casos de hepatite fulminante, câncer, tumores ou em situações específicas em que há perda súbita da função hepática desse órgão.
Lista de Espera
O Ministério da Saúde é o órgão responsável pela lista de espera pelo órgão em nível nacional. A posição de um paciente que aguarda a doação de fígado para transplante depende da pontuação MELD. A escala MELD ou Modelo para Doença Hepática Terminal, do inglês Model for End-Stage Liver Disease, é um sistema de pontuação para avaliar a gravidade da doença hepática crônica. Este sistema é utilizado para priorizar a ordem dos pacientes na fila para transplantes hepáticos, quanto maior a pontuação do MELD, maior prioridade. No entanto, para determinar a posição de cada paciente na fila de espera, são analisados outras características, como a idade, tipo sanguíneo, entre outras.
Uma pessoa que aguarda o transplante deve realizar periodicamente exames de sangue para atualizar a posição na lista de espera e se preparar para o procedimento. À medida que sua posição sobe na lista, a chance de um fígado compatível aumenta, mas o dia exato do transplante é imprevisível.
O Procedimento Cirúrgico
Trata-se de uma cirurgia de alta complexidade que pode durar, em média, entre 5 a 8 horas e conta com dezenas de profissionais e diversos recursos. Após a cirurgia, o paciente segue para o Centro de Terapia Intensiva até o reequilíbrio do organismo. A duração da internação hospitalar varia de acordo com a gravidade do caso, a resposta à cirurgia e com o bom funcionamento do fígado novo. Não há restrição de idade para a realização do procedimento, até mesmo crianças podem fazê-lo.
Vida Após o Transplante
Logo depois da cirurgia e por toda a vida, o indivíduo transplantado precisará usar medicação imunossupressora. Ela reduz a imunidade para evitar que o corpo rejeite o novo órgão. O uso de imunossupressores faz com que os pacientes estejam sujeitos a um maior risco de infecções oportunistas, causadas por vírus, fungos e bactérias. Portanto, os pacientes transplantados devem manter acompanhamento rigoroso, especialmente até o primeiro ano pós-operatório, para detecção precoce de eventuais complicações e intercorrências.
No entanto, indivíduo transplantado poderá ter uma vida normal, desde que siga as orientaçõesmédicas e faça as consultas e os exames periodicamente.